Trata-se de uma doença parasitária grave e fatal do cão, causada por um protozoário (parasita unicelular microscópico), denominado Leishmania, transmitido por um flebótomo – insecto relativamente parecido com um mosquito, mas mais pequeno. A Leishmaniose é uma zoonose, ou seja, pode transmitir-se ao Homem. Em Portugal, a transmissão ao Homem é rara e considerada acidental.
Quais são os sinais clínicos mais comuns?
O primeiro sinal clínico mais habitual é a perda de pêlo, sobretudo em redor dos olhos, nariz, boca e orelhas, assim como o crescimento exagerado das unhas. À medida que a doença progride, o cão perde peso. É habitual o desenvolvimento de uma dermatite que se pode disseminar por toda a superfície corporal do cão. São também habituais feridas da pele de difícil cicatrização, na cabeça e membros, principalmente nas áreas que contactam com o chão quando o cão está sentado ou deitado. Numa fase mais avançada, começam a observar-se sinais relacionados com a insuficiência renal crónica, que entretanto se desenvolve. Muitas vezes, esta insuficiência renal leva à morte.
Onde é que ocorre a leishmaniose canina em Portugal?
Grande parte de Portugal Continental é endémico, ou seja, a doença prevalece com índices significativos. As regiões mais importantes são Trás-os-Montes, grande parte das Beiras, Ribatejo e Alentejo, a região metropolitana de Lisboa, Setúbal e o Algarve. Locais como Braga, Viana do Castelo e Aveiro têm aumentado o número de casos.
Qual é a época de risco?
A época de maior risco de infecção está directamente relacionada com a época do insecto transmissor – o flebótomo. A época dos flebótomos começa com o início do calor, normalmente em Maio e estende-se até Setembro. Em anos mais quentes pode iniciar-se em Abril e terminar em Outubro. Durante o Inverno, os flebótomos permanecem no estado larvar. São insectos mais activos ao entardecer (finais de tarde e noite).
O tratamento pode curar o meu cão?
Não há garantias de que o tratamento permita uma cura parasitológica completa. Geralmente consegue-se a remissão dos sinais clínicos, no entanto, o animal pode ficar portador do parasita, podendo vir a ter recaídas passados meses ou anos. O tratamento será tanto mais fácil e de menor duração quanto mais cedo for diagnosticada a doença e iniciada a terapêutica. Consequentemente, o diagnóstico precoce é de extrema importância!
Posso contrair a doença se for picado por um flebótomo infectado? É praticamente impossível que uma pessoa saudável venha a desenvolver sinais de Leishmaniose. No Homem, a resposta imunitária contra a Leishmania é muito mais eficaz do que no cão, sendo capaz de impedir a expressão da doença na grande maioria dos casos. Numa zona endémica, uma elevada percentagem de pessoas pode já ter contactado com o parasita alguma vez, no entanto, o número de casos clínicos é quase nulo. Mesmo que haja desenvolvimento de sintomas, o tratamento, numa pessoa sem qualquer outro comprometimento, tem uma elevada taxa de sucesso. |
Enquanto não se
desenvolveu uma vacina eficaz, a única forma de prevenir a
doença era através da prevenção da picada do insecto
transmissor – disponível através de certas pipetas ou coleiras que garantiam apenas a
protecção contra a picada do flebótomo.
Em início de 2012 foi lançado um medicamento em suspensão oral - Leisguard - capaz de conferir até 80% protecção contra a doença. No início de 2017 foi lançada uma nova vacina (Letifend), que utiliza tecnologia DNA recombinante. |
Protocolo
com xarope Leisguard:
não exige idade mínima, nem necessita teste sanguíneo
prévio. Deve ser administrado 30 dias consecutivos no início
da época do mosquito (Maio/Junho) e 30 dias no final da
mesma (Outubro).
A prevenção da Leishmaniose é uma ferramenta fundamental para reduzir a prevalência da doença em Portugal!
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